Jesus contou várias parábolas, como esta: “Um lavrador saiu para semear. Enquanto espalhava as sementes pelo campo, algumas caíram à beira do caminho, e as aves vieram e as comeram. Outras sementes caíram em solo rochoso e, não havendo muita terra, germinaram rapidamente, mas as plantas logo murcharam sob o calor do sol e secaram, pois não tinham raízes profundas. Outras sementes caíram entre espinhos, que cresceram e sufocaram os brotos. Ainda outras caíram em solo fértil e produziram uma colheita trinta, sessenta e até cem vezes maior que a quantidade semeada. Quem é capaz de ouvir, ouça com atenção!". (Mt 13:3-9)
A parábola do semeador é um importantíssimo ensinamento de Jesus que precisa ser conhecido por todos, pois reflete o nível espiritual em que os cristãos se encontram e as estratégias que o inimigo das nossas almas usa para impedir que nós produzamos os frutos que Deus projetou para as nossas vidas. Inclusive, Jesus ensina que a compreensão desta parábola é condição para se compreender as demais. Vamos ao texto: Então Jesus disse: "Se vocês não entendem o significado desta parábola, como entenderão as demais? (Mc 4:13)
Depois que cremos na obra redentora e confessamos Jesus como Senhor, o milagre do novo nascimento começa a operar em nossas vidas e, a partir daí, precisamos sempre estar vigilantes para não perdermos o que o Senhor tem para nós.
Existem três “atores” principais na parábola, a saber: o semeador, que semeia a palavra de Deus; o inimigo que fará de tudo para anular o poder que há na palavra; e nós que somos como as terras que recebem a semente da Palavra. Perceba que o poder está na palavra (a semente), porém o nosso coração (a terra) é que viabilizará que ela germine e produze frutos.
Desde já podemos perceber que a maior responsabilidade está em nós e não em Deus ou em quem semeia a palavra. Nós vivemos em uma geração que tende a repassar a culpa pelos seus fracassos aos outros, porém isso não gera efeitos práticos, pois iremos prestar contas, naquele grande dia, do que fizemos e não fizemos com aquilo que recebemos.
Didaticamente, vamos comparar os tipos de terras com as fases do nosso amadurecimento cristão e as estratégias usadas por satanás para roubar a palavra semeada:
- beira do caminho – são como crianças imaturas e distraídas, que não entendem a essência da palavra. Não estão aptas a compreender a revelação da palavra e, por serem como crianças, são distraídas e sem diligência. A distração é a arma mais usada pelo inimigo;
- solo rochoso – são como adolescentes que conseguem entender a revelação da palavra, se animam, porém não suportam as pressões que o inimigo levanta contra eles, por isso acabam perdendo tudo o que receberam. Não são maduras, são inconstantes e por isso oscilam de humor facilmente. A palavra não frutifica por causa da imaturidade. Situações que geram pressões, decepções, angústias, a baixa autoestima são as principais estratégias do diabo;
- entre espinhos – são como jovens fortes que não cedem à pressão, porém que perdem o foco das coisas espirituais ao serem seduzidos pelas coisas desse mundo. Os cuidados do mundo e as fascinações das riquezas sufocam o poder da palavra, ao ponto de se tornarem árvores infrutíferas. Normalmente esses tem aparência de piedade, mas negam a fé por se tornarem egoístas, centradas nos seus próprios desejos e não voltadas para o propósito da prosperidade, que é a generosidade. Os elogios, as promoções, os títulos, o amor ao dinheiro, o egoísmo são as artimanhas levantadas pelas trevas;
- solo fértil – são como adultos maduros que não só resistem às angústias e perseguições, como também não se deixam seduzir pelas coisas desse mundo. Que, mesmo possuindo tudo, agem como se nada tivessem, pois estão focadas totalmente nas coisas lá do alto e já entenderam que são cidadãos dos céus, que não pertencem a esse mundo e que suas vidas só tem sentido se for para servir outras vidas. Se cumpre, na vida deles, o que o Apóstolo João determinou ao definir que os cristãos devem dar a vida pelos irmão assim como Jesus fez, manifestando plenamente o amor de Deus: Sabemos o que é o amor porque Jesus deu sua vida por nós. Portanto, também devemos dar nossa vida por nossos irmãos (1 Jo 3:16).
De todo o analisado, portanto, concluímos que cabe a nós identificarmos o nosso nível de espiritualidade e nos esforçarmos para que o crescimento, em busca da maturidade, se manifeste em nossa vida. Como a Palavra diz: Lembrem-se do que foi dito: "Hoje, se ouvirem sua voz, não endureçam o coração como eles fizeram na rebelião" (Hb 3:15).
Manter o coração aberto, considerar atentamente a Palavra semeada e se proteger contra os ataques na nossa alma são o caminho que nos conduzirá à maturidade.
Seja abençoado e cresça em Cristo Jesus.
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