Essas
frases não são apenas palavras ditas de forma impensada ou
aleatória, são o desejo de Deus para a Igreja na Terra. É o nosso
dever que esse desejo passe a ser uma das principais metas da nossa
geração.
Quantas
vezes oramos a oração do Pai Nosso, ensinada pelo próprio Senhor
Jesus, e não atentamos, com diligência, para o “seja feita a tua
vontade”? (Mt 6:10)
Se
somos dele, a Sua
vontade
é
que deve prevalecer. Se somos dele, devemos obedecê-lo e
trabalharmos para que aconteça exatamente como ele quer.
A
UNIDADE não pode ser considerada como um sonho distante, algo
impossível de se alcançar. Pelo contrário, a unidade deve se
tornar a nossa vontade, pois é a própria vontade de Deus para nós.
O
que nós temos feito para promover a unidade?
O
que temos cedido para promovê-la?
Como
eu tenho me relacionado com irmãos em Cristo que não pertencem a
mesma denominação que a minha e que pensa diferente de mim?
Se
as respostas a essas perguntas forem contrárias a meta de se buscar
a unidade da Igreja, precisamos, com urgência, rever as nossas
prioridades.
Precisamos,
com urgência, discernir que a UNIDADE é o desejo de Deus e a sua
maior prioridade. Paulo
ensina que Deus deseja que todos nós cheguemos a UNIDADE da fé e do
pleno conhecimento do Filho de Deus (Ef 4:13).
Que
o Senhor nos ajude a compreender isso.
Como tu estás em mim e eu em ti, assim como nós somos um
No
evangelho de João está descrita uma das falas de Jesus que, ao ser
dita, causou um furor
entre os judeus, ele disse: Eu
e o Pai somos um (Jo
10:30).
Ao
dizer isso, o povo pegou em pedras para apedrejar o mestre (Jo
10:31). Como pode o homem ser UM com Deus, isso
é blasfêmia,
eles diziam (Jo 10:33), mas nós sabemos que não era.
Ser
UM com o criador significa que Cristo pensava, falava e agia como
Deus. Jesus tinha plena consciência da sua identidade, ele conhecia
o caráter de Deus, tanto é que se tornou a expressão exata do seu
ser (Hb 1:3).
Ele
decidiu não
apenas
conhecer Deus,
mas ser como Ele.
Jesus
se tornou um imitador de Deus.
Paulo
ensina que nós também devemos ser imitadores do Criador, devemos
nos tornar UM com Ele.
O
homem Jesus viveu, não para si, mas
para fazer a vontade do Pai.
Ser UM com Deus.
E
nós, já tomamos a mesma decisão?
Em
outra oportunidade, o Senhor Jesus diz: eu
desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim para
fazer a vontade daquele que me enviou
(Jo
6:38).
Assim como nós, Jesus revelou que possuía o livre arbítrio para
decidir fazer ou não a vontade de Deus.
Ele
era livre e a liberdade dele o capacitou, não só apenas para
desejar fazer a vontade de Deus, mas a fazê-la na prática. Percebam
que é a liberdade que nos dá a escolha de sermos UM
com o Pai. Aqueles que não conseguem, agem assim porque ainda estão
escravizados pelo pecado.
O
pecado se caracteriza por tudo o que fazemos em desacordo com a
vontade de Deus. A liberdade providenciada por Jesus é a salvação
que precisávamos para termos a capacidade de dizer não ao pecado e
sim para a santidade. Ser UM
com Deus é ser santo.
Assim
como Deus enviou Jesus para ser santo, da mesma forma ele também nos
envia (Jo 20:21). Fomos libertos em Cristo (Jo 8:36). Somos livres
para escolher fazer a vontade de Deus. Glórias!!!!
Jesus
e Deus eram UM porque Jesus escolheu ter a mesma vontade do Pai.
Será
que nós,
como Igreja na nossa geração, também já tomamos a mesma decisão?
Eu neles e tu em mim
O
nosso amado apóstolo Paulo, ao ensinar sobre a revelação do
mistério de Deus para a Igreja, na Carta que escreveu aos santos de
Colossos, afirmou que a unidade
com Cristo
(Eu
neles…)
é
a condição para a existência da Igreja.
A
eles quis Deus dar a conhecer entre os gentios a gloriosa riqueza
deste mistério, que é Cristo
em vocês, a esperança da glória.
(Colossenses
1:27)
A
unidade com o Cristo é a fonte do novo nascimento e o caminho para a
busca da maturidade cristã. O desejo do Pai é que todos cheguem ao
pleno conhecimento da verdade (1 Tm 2:4), nesta condição, todos
alcançarão a unidade da fé e o pleno conhecimento do Filho de
Deus, para chegarem à maturidade, atingindo a medida da plenitude de
Cristo (Ef 4:13). Enfim,
o ser um com Cristo é o único caminho possível que vai
possibilitar a unidade da igreja.
Haroldo
Walker escreveu, na sua obra “Em busca da verdadeira unidade da
Igreja”, o seguinte:
É
essencial entender que a fonte da verdadeira unidade da Igreja não é
uma teologia ou organização, mas a própria pessoa do Senhor Jesus
Cristo.
Em
sentido contrário, podemos concluir que, se não conseguimos obter a
unidade ainda como Igreja, é porque, individualmente, não somos um
com o Cristo.
Em
outra passagem bíblica, Paulo diz:
Fui
crucificado com Cristo. Assim, já
não sou eu quem vive,
mas
Cristo vive em mim.
A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que
me amou e se entregou por mim.
(Gálatas
2:20)
Quando
ele diz não
sou eu quem vive,
tecnicamente está dando
um recado para nós:
ele
está dizendo que
nós não devemos
mais existir
para nós mesmos, mas sim que Cristo deve
existir através de nós. Cristo
vive em nós e através de nós.
O
que Deus é em nós, será o mesmo Deus que sairá através de nós.
As pessoas conhecerão o Deus que a nossa vida vier a transmitir.
Um
dia, em oração, o Espírito Santo me perguntou quem habitaria na
cidade santa, segundo as Escrituras. Imediatamente eu respondi: os
filhos de Deus, aqueles que aceitaram a Jesus (Jo 1:12-13) e que
nasceram do Espírito (Jo 3:6). Então, o Espírito me perguntou
porque já não vivemos unidos, desde já, como seremos na
eternidade, posto que já somos filhos de Deus.
Se
eu for um com o Cristo e minha esposa for um com Ele também,
naturalmente seremos um como casal. Assim
viveremos como
uma só carne e teremos
um casamento pleno.
Se,
como casal, somos um com Cristo e meus filhos também são um com
Ele, a minha família será uma com o Senhor. Assim
teremos
uma família unida que vive em paz e sabe administrar as diferenças.
Se
a minha família for uma com o Senhor e se reunir com outras famílias
que também o são, então seremos, como Igreja, um único Corpo com
o Cristo. Assim
teremos
uma igreja que manifesta plenamente o amor de Deus.
Se
a minha igreja for uma com o Cristo e se reunir com outras igrejas
que também o são, então, seremos um Corpo de Cristo sólido e
forte. Assim
estabelecermos
o Reino de Deus na Terra.
Enfim,
a unidade começa quando cada um, individualmente, morrer para si
mesmo e, decididamente, viver para Cristo.
Portanto,
fomos sepultados com ele na morte por meio do batismo, a fim de que,
assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos mediante a glória do
Pai, também nós vivamos uma vida nova. Se dessa forma fomos unidos
a ele na semelhança da sua morte, certamente o seremos também na
semelhança da sua ressurreição.
(Romanos
6:4,5)
para que o mundo creia que tu me enviaste, para que o mundo saiba que tu me enviaste, e os amaste como igualmente me amaste.
Esta
oração do Senhor Jesus pela UNIDADE, não é meramente por uma
unidade “espiritual” ou invisível, mas por uma unidade visível
ao mundo: para
que o mundo creia (Jo
10:21). Este,
no meu entender, é o ponto mais crucial e importante da oração de
Jesus Cristo sobre unidade, o PROPÓSITO.
O
propósito da unidade do Corpo de Cristo é para que o mundo consiga
ver na Igreja a divindade do Senhor e creia que Jesus é o seu Filho
enviado à Terra. Tudo isso para demonstrar o seu AMOR pela
humanidade.
A
divisão e as brigas constantes entre denominações são uma
das
brechas
que Satanás encontra
para prosperar com as obras das trevas, ou seja, o que nós estamos
vendo na nossa geração tem
consequência direta da falta de unidade da Igreja. Falando um
“português” bem claro: a culpa é nossa.
Paulo
considerou como completa derrota o fato de haver divisões:
O
fato de haver litígios entre vocês já significa uma completa
derrota.
Por que não preferem sofrer a injustiça? Por que não preferem
sofrer o prejuízo? Em vez disso vocês mesmos causam injustiças e
prejuízos, e isso contra irmãos!
(1
Coríntios 6:7,8)
Ele
ainda chama de carnal, como crianças, irmãos divididos:
Irmãos,
não lhes pude falar como a espirituais, mas
como a carnais, como a crianças em Cristo.
Dei-lhes leite, e não alimento sólido, pois vocês não estavam em
condições de recebê-lo. De fato, vocês ainda não estão em
condições,
porque ainda são carnais.
Porque, visto que há
inveja e divisão entre vocês,
não estão sendo carnais e agindo como mundanos?
Pois quando alguém diz: "Eu sou de Paulo
e
outro: "Eu sou de Apolo,
não
estão sendo mundanos? Afinal de contas, quem é Apolo? Quem é
Paulo? Apenas servos por meio dos quais vocês vieram a crer,
conforme o ministério que o Senhor atribuiu a cada um.
(1
Coríntios 3:1-5)
Isso
nos sugere que hoje nós estamos
agindo como uma
Igreja infantil, carnal, mundana e derrotada.
A
história da derrota da Grécia para a Macedônia, por
exemplo,
se deu exatamente porque as cidades entraram em guerra entre si, na
guerra do Peloponeso, causando o seu enfraquecimento, o que
possibilitou a conquista pela Macedônia.
Embora
compartilhassem a mesma língua, cultura e religião, os
antigos gregos estavam divididos
politicamente. Não raro, uma cidade grega estava em guerra contra
outra. Uma dessas guerras foi a Guerra do Peloponeso, que durou quase
30 anos. A Guerra do Peloponeso foi travada entre as duas mais
poderosas cidades-Estado da Grécia Antiga: Atenas e Esparta, que
disputaram a hegemonia sobre a região. Quase todas as cidades-Estado
gregas se envolveram ou foram envolvidas no conflito, algumas se
aliaram a Atenas, enquanto outras se aliaram a Esparta. Essa guerra
teve início no ano 431 a.C e terminou somente em 404 a.C., quando
Atenas rendeu-se a Esparta. Uma das consequências da Guerra do
Peloponeso foi o extremo empobrecimento da população grega: os
pobres ficaram ainda mais pobres e foram os que mais sofreram.
Contudo, enquanto as cidades-Estado gregas lutavam entre si, um reino
vizinho, a Macedônia, ganhava força. (veja mais em
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/alexandre-o-grande-como-o-rei-da-macedonia-construiu-seu-imperio.htm)
Enquanto
estávamos lutando para conquistar a hegemonia, segundo a doutrina da
nossa denominação, nós
enfraquecemos e o
inimigo se fortaleceu e avançou.
Mas,
graças a Deus pela sua infinita misericórdia, pois está acordando
a Igreja em tempo de nos arrependermos e mudarmos os rumos da nossa
história como Corpo de Cristo na Terra.
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