“Eu quisera que vós todos falásseis em outras línguas; muito mais, porém, que profetizásseis; pois quem profetiza é superior ao que fala em outras línguas, salvo se as interpretar, para que a igreja receba edificação.” (1Coríntios 14:5 ARA)
A afirmação de que “quem profetiza é superior a quem fala em outras línguas”, extraída do texto acima, é de uma relevância extraordinária que precisa de uma maior atenção da nossa parte. Jesus deixou claro que o amor esfriaria nos últimos tempos (Mt 24) e Paulo confirmou que muitos se tornariam amantes de si mesmos e egoístas (2 Tm 3).
Tudo aquilo que pode, de alguma forma, nos levar ao egoísmo precisa ser tratado com muito cuidado e atenção, pois tem o potencial de nos levar a um desvio na caminhada cristã. Ou seja, algo que é bom pode se tornar danoso se o foco não estiver correto. Em relação à nossa vida com Deus, manter o foco no que é mais importante é a garantia de que não nos desviaremos nem para direita, nem para a esquerda.
Na leitura do capítulo 14, da Primeira Carta aos Coríntios, na Nova Versão Transformadora, o Apóstolo Paulo deixa bem claro que, depois do amor, o dom espiritual que devemos mais desejar é o de profetizar (v. 1), pois quem profetiza fortalece, anima e conforta os outros (v. 3). Vamos aos textos:
Que o amor seja seu maior objetivo! Contudo, desejem também os dons espirituais, especialmente a capacidade de profetizar. (...) Mas aquele que profetiza fortalece, anima e conforta os outros. (1 Co 14:1, 3)
A sabedoria transmitida aqui é que, enquanto o outro for o alvo da nossa vida e a razão de ser de termos sido chamados por Deus, estaremos no caminho certo. Quando o outro, porém, se torna menos importante do que nós mesmos, já caímos na estrada do egoísmo e do amor a nós mesmos.
O falar em outras línguas é um dom que também deve ser desejado, desde que não seja usado apenas para o benefício individual, em detrimento do benefício que trará ao outro, como resultado da nossa edificação espiritual.
O objetivo de falar verdades ocultas com Deus (v. 2), de fortalecer a si mesmo (v. 4) e de dar bem as graças (v. 17), deve estar envolto no desejo de servir melhor aos outros e não no simples crescimento pelo crescimento. Crescer sem ser para servir é um erro. Como diria o sábio militar: “quem não vive para servir, não serve para viver”.
Assim como a existência de Jesus só teve sentido porque Ele deu a vida por nós, também devemos fazer o mesmo, conforme a Palavra que nos exorta:
“Sabemos o que é o amor porque Jesus deu sua vida por nós. Portanto, também devemos dar nossa vida por nossos irmãos.” (1 João 3:16 NVT)
Enfim, o crescimento e as revelações que as línguas proporcionam devem ser direcionadas para os outros. Por isso Paulo ensina que quem fala em línguas DEVE orar para poder interpreta-las (v. 13). Perceba que a orientação bíblica trata como um dever, uma obrigação e não como uma orientação.
Entenda o dever bíblico não como uma obrigação sem sentido, mas como um cuidado de um Pai que quer manter seu filho no caminho certo.
Sabedor de que línguas interpretadas equivalem à profecia, ore em línguas em todo tempo, peça a Deus o dom de interpretação de línguas e, principalmente, profetize. Se você só ora em línguas e não profetiza, cuidado para não estar se tornando amante de si mesmo.
Que Deus nos ajude a entender o seu coração e plante em nós o mesmo sentimento.
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